segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mary and Max



Ando conversando muito, ultimamente, sobre a Loucura. O que seria? Portadores? Doentes? Dispensados, não utilizáveis?
Andando pela cidade em um domingo, (cidade: Rock'n'roll) pensamos em quanto àquele visual era tão desnecessário. 12h00minh na capital do estado, calor de quase 40º, asfalto com cara de areia movediça que vai te afundar queimar como larvas de vulcão, a salvação: Calçadas, com caras de nada, sem cor e sem vida, carros com disposição nenhum pouco agradável para a vista, sem falar em outros tipos de concepções políticas e ideológicas malucas que com certeza polulavam na cabeça  daqueles que nos acompanhavam pelas ruas.
No começo desse dia de perguntas apareceu nas minhas vistas uma daquelas obras que te fazem mesmo ficar perguntador. Uma animação desanimada, triste, dolorosa, e sem tantas cores, mas, com personagens que te deixavam curiosos e próximos, como se nos conhecêssemos desde criança, eu Mary e Max.
 “Mary And Max” filme do diretor Adam Elliot de 2009. Ele se utiliza de umas das técnicas que mais me encantam nesse fantástico mundo, Stop Motion. O que se consegue fazer em relação a movimentos é maravilhoso, a falta de verossimilhança não suave, mas, chamativa. Expressões caricatas e completamente "imaginativas". Max em seu caderninho de expressões nos mostra claramente isso.Fazer um drama, dos mais densos que já vi com essa técnica fez alguma diferença que ainda não entendo de fato, essa que meu corpo sentiu claramente, mas que não se diz em palavras, talvez o ritmo...
Voltando a toda essa loucura percebo essa técnica como a mais contestadora em relação ao  ‘Statuos quo’, o normal. Assim como os loucos, o personagem  Max Jerry Horowitz, 44 anos, morador da cidade de Nova York, representa no filme todas essas angustias que nos jogam "verboevisualrrágicamente".
Porque cargas d'água eu sou o diferente? Devo permanecer quieto, calado, porque o "normal" já está posto. "Ah sim, claro, vocês os sem alma, não sentem dor, tomam razão e acham que é assim, o sistema funciona assim e no final vai continuar tudo do mesmo jeito. Moral da onde essa????"
Como diria em outros papos,  a genialidade não está naquilo onde todos apontam. Relações entre seres humanos! Sensibilidade para travar esta que é a mais difícil das tarefas é o que prova a genialidade dos homens. E assim, Mary quis ouvir Max, divididos por padrões de cores, unidos por padrões de gostos, bonequinhos de massinha que encantam gordinhos e com formatos engraçados jogam verdades e coisas que não podem ser ditas da maneira mais suave que nem percebes, no final, quando já engoliste aquilo tudo, só sente passando pelos canais da digestão.
Foram 1:30h de muitos detalhes, detalhes no desenho e na animação minuciosa e perfeita, detalhes de fotografia, iluminação, imaginação,dores, políticas, amores e paixões... Filme daqueles que se grita: Muito Bom!Crianças e loucos os verdadeiros reais, os que morrem e sentem? Aqueles que têm alma e  não estão buscando a cura como todos nós, estão apenas vivendo, felizes, em mundos muito mais "normais".






Luah Sampaio

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